sábado, 19 de julho de 2008

“Mereça! Faça por merecer esse sacrifício!”


Depoimento de Valmir Bodruc - Estação Santos

Esse Domingo,no Caminho em Santos foi diferente.

O Marcelo havia anunciado na semana anterior que teríamos exibição de trechos de filmes na reunião.

O que vai sair disso? Isso vai dar certo? Como as pessoas vão entender, posto que será uma programação bem diferente da “costumeira?” – pensava eu.

Lá estávamos nós. O Marcelo, então, avisou: “não vou pregar, mas somente explicar o contexto do primeiro filme que é...“ E daí começou a falar da história de “O Resgate do Soldado Ryan” e talvez nem se deu conta que, após discorrer sobre o contexto do filme, passou a falar da Graça de Deus de modo muito simples, figurado e consistente.

Explicou sobre a tendência de pensarmos que a Graça simplesmente se limitou até o dia da nossa conversão e dali para frente “é comigo mesmo...”, e, iniciamos então uma nova vida, de tentativas de santidade por conta própria, e dessa maldita justiça própria, que serve somente para achatar a vida da pessoa que tenta dela se valer.

Ficou bem claro que na Graça, fomos totalmente libertos, perdoados e resgatados, quer seja do passado, presente ou futuro.

O Resgate do Soldado Ryan

No filme, o Soldado Ryan, ao ser salvo pelos companheiros de batalha, para ser devolvido para a vida cotidiana normal fora do ambiente da guerra, recebeu como “instrução-conselho-mandamento” de vida que deveria “MERECER E FAZER POR MERECER” o sacrifício da vida de outros soldados para enviá-lo para casa com vida. “Mereça, mereça, faça por merecer!” - dizia o capitão (Tom Hanks) ao soldado Ryan (Matt Damon) pouco antes de morrer. E Ryan tentou viver para cumprir isso.

Deve, no entanto, ter vivido uma vida desgraçada, em se considerando a insegurança dele ao final na sua velhice, quando em visita ao túmulo do capitão. “Diga que fui um homem bom! Diga!” – implorou para a esposa. Foi salvo, mas a culpa morou com ele a vida toda. Foi resgatado, mas a culpa foi o pano de fundo de toda sua vida de “salvo”, porque, no fundo, ele sabia que não conseguia atingir tal objetivo de MERECER E FAZER POR MERECER, pois sendo humano, falhava em ser bom, como é natural.


A paixão de Cristo


O filme foi projetado a partir da cena da cruz, onde Jesus Cristo crucificado diz: “ESTÁ CONSUMADO”, e assim dizendo significava que havia cumprido tudo, por todos nós que não merecemos, e por isso todos estamos justificados por Ele do passado, presente e futuro, afinal, está pago! Voltamos à cena da cruz uma segunda vez, agora o filme segue sem áudio, e o Marcelo dublando Jesus na cruz, e substituiu o “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” por outra fala que fica assim: “Mereçam, mereçam, façam por merecer”. Ficou uma desgraça! Não a produção do Marcelo (rs), mas sim a história da humanidade na versão da Justiça Própria.

Que triste! A Justiça Própria é tão presunçosa que, tal como ilustrado, é como se ela colocasse na boca de Jesus essa expressão que exige a paga pelo sacrifício que Ele fez.

Creio que o Marcelo conseguiu deixar bem claro que: somos chamados a crer no que foi consumado, pelo fato de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, tirando de cima de todo ser humano os seus pecados, e que amar a Deus em gratidão é que nos leva a não gostar de pecar, mesmo que continuemos sendo pecado, mas, estamos livres desse tal pecado que nos escravizava.


O nosso resgate pela paixão de Cristo


Não merecemos, nem conseguiremos fazer por merecer, por isso mesmo Ele se deu por nós, morrendo nossa morte para vivermos sua vida.

Como o Marcelo disse: "Arrepender-se é entender e confessar que não mereço a Graça! Dou razão a Deus! - E crer na Graça é dizer: Muito obrigado pelo teu perdão, estou justificado!

Na mesma Graça, pela qual fui resgatado, sem merecer, para nela prosseguir em amor e gratidão.





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